Parlamento da Índia ratifica fim do status especial de Caxemira
Decisão teve 367 votos a favor e 67 contra a ordem presidencial e revoga autonomia dada ao território, que é disputado com o Paquistão
Internacional|Da EFE

A Lok Sabha, a câmara baixa do parlamento da Índia, ratificou nesta terça-feira (6) por 367 votos a favor e 67 contra a ordem presidencial que retira o status especial da região da Caxemira, um movimento político sem precedentes sobre o território em um período de 70 anos.
O projeto apresentado na câmara baixa como a Lei de Reorganização de Jammu e Caxemira divide o estado em dois "territórios da união" sob a tutela do governo federal e revoga o status especial que dava autonomia ao território que é disputado com o Paquistão desde a independência do subcontinente.
A lei impulsionada pelo governo implica em uma emenda no artigo 370 da Constituição indiana e foi aprovada ontem pela Rajya Sabha, a câmara alta, com 125 votos a favor e 61 contra.
"O artigo 370 permitiu durante muito tempo que as pessoas duvidassem que a Caxemira é parte da Índia", disse nesta terça-feira no plenário o ministro do Interior, Amit Shah.
Apesar do amplo apoio ao projeto, a lei ou por um longo debate no qual também se envolveu o primeiro-ministro Narendra Modi.
O projeto, que foi aprovado pelas duas câmaras em menos de 48 horas, foi anunciado na segunda-feira pela manhã como uma ordem presidencial do chefe de Estado, Ram Nath Kovind, que invocou a aplicação "imediata" das emendas sobre o artigo 370 da Constituição, próprios de um "território da união" liderado por um governador, e não um Estado com amplas competências como até então.
A possibilidade de o governo do partido nacionalista hindu BJP dar este o vinha sendo ventilada desde a sexta-feira, quando, de maneira inesperada e sem precedentes, as autoridades indianas cancelaram na Caxemira uma grande peregrinação hindu para uma caverna no Himalaia e pediram que todos os turistas deixassem o local.