Pênalti desperdiçado por Piquerez destrói o psicológico do Palmeiras, que poderia abrir sete pontos na liderança. Flamengo se aproveita
A falta de convicção do lateral em cobrar o pênalti aos 16 minutos sabotou o Palmeiras. Tenso, bateu fraco e Rossi não teve dificuldade em defender. O Flamengo ganhou força moral. E melhor estruturado, venceu por 2 a 0. Chance de ouro desperdiçada pelos palmeirenses
Cosme Rímoli|Do R7

Uma vitória do Palmeiras, nos seus domínios, lhe daria sete pontos sobre o Flamengo.
A diferença seria importante para se impor neste início do Brasileiro.
Foi com a esperança de ver um líder de dar orgulho, que a torcida palmeirense foi ao Allianz.
Preparada para vencer a primeira ‘final’ do Brasileiro.
Não para assistir o time se desmanchar por conta de um lance.
E foram dez minutos de sufoco.
O Palmeiras estava encurralando o Flamengo.
A marcação sob pressão, planejada, treinada para o jogo estava dando certo.
O domínio no Allianz era impressionante.
Até o pênalti a favor dos palmeirenses.
Facundo Torres cruzou e Varella tocou com o cotovelo na bola.
Penalidade máxima.
Euforia na arena lotada, com mais de 41 mil torcedores.
No banco do Palmeiras, entre os jogadores.
Se o clube conseguisse vencer o time carioca abriria sete pontos de vantagem na liderança do Brasileiro.
O inseguro árbitro Ramon Abatti Abel discutiu por seis minutos com Wagner Reway, comandante do VAR.
Até confirmar o pênalti.
Piquerez foi para a bola.
O lateral da Seleção Uruguaia de futebol.
E diante do argentino Rossi, seus nervos o sabotaram.
Além de ‘deitar’ o corpo para a direita, ‘cantando’ que cobraria no canto direito do goleiro, ele bateu muito fraco.
A defesa de Rossi foi até fácil demais.
O lance teve efeito profundo em todo o estádio.
Acabou a euforia dos torcedores palmeirenses, tirou a confiança dos jogadores.
Eles sentiram demais mais uma ausência de Abel Ferreira, pela enésima vez suspenso por cartões.
Melhor para o Flamengo, que se impôs.

O Allianz Parque virou Maracanã, com sua torcida, dez vezes menor do que a do clube paulista, se impondo no grito.
O Palmeiras se encolheu.
E demonstrou a escolha tática ruim de não ter neurônios, criatividade no meio-campo.
No 3-4-3 montado, nas intermediárias estavam Mayke, Martínez, Lucas Evangelista e Piquerez.
A escolha foi por deixar no banco Maurício e Raphael Veiga.
O que facilitou a tarefa rubro-negra.
O Flamengo, melhor estruturado, tinha Evertton Araújo, Gerson, Arrascaeta e Luiz Araújo.
Ganhava as intermediárias com muita recomposição, força física e inteligência de Gerson e Arrascaeta.
Alex Sandro se impôs à velha válvula de escape, quando tudo está dando errado no Palmeiras: Estêvão.
A premonição dos torcedores, e de quem se deu ao trabalho de assistir à partida, se confirmou no segundo tempo.
O Palmeiras, nervoso, buscava as bolas longas, os cruzamentos.
Já o Flamengo, tinhoso, traiçoeiro, explorava o espaço deixado pelo desespero do rival.
E Luiz Araújo deu um e de mestre para Arrascaeta, livre entre os volantes e a zaga.
O uruguaio invadiu a área, deu um drible de corpo em Murilo, que tentou agarrá-lo, se arrependeu, mas ou o braço direito pelo corpo do meia.
Pênalti por absoluta imprudência.
Arrascaeta não fez como seu companheiro de Seleção Uruguaia.
Concentrado, deslocou Weverton, 1 a 0, Flamengo, aos 27 minutos.

O Palmeiras partiu de vez para a insensatez e se escancarou tentando empatar.
Tomou o segundo gol.
Em uma tabela de muita malícia.
Wallace Yan deixou Ayrton Lucas frente a frente com Weverton.
O toque consciente na saída do goleiro decretou 2 a 0 no placar.
Aos 41 minutos, a torcida palmeirense, desiludida, começou a ir embora.
E a do Flamengo a festejar.
Filipe Luís comemorava de forma convicta, sabe muito bem o elenco que tem nas mãos.
E soube utilizá-lo, de forma simples, montando o Flamengo para mostrar personalidade nos momentos difíceis.
“Preparar esses tipos de jogos com esse elenco é das (tarefas) mais fáceis. Para mim, pra que eu possa preparar pra um jogo contra o Palmeiras, um jogo grande na Libertadores, uma final contra o Fluminense, é mais fácil pro treinador.
“O jogador tá muito mais ligado, concentrado, e esses jogos são pra grandes jogadores. Eles aparecem, crescem, fazem as suas melhores versões dentro do campo. Para mim, esses são os jogos mais gostosos de fazer preparação.”
“A vitória foi muito importante, como falamos é praticamente uma final. Rival direto, sabíamos que era importante descontar três pontos deles e estamos felizes por isso”, resumiu Arrascaeta.
O auxiliar João Martins, que substituiu o suspenso Abel Ferreira, foi pelo caminho mais fácil.
Jamais iria assumir que o Palmeiras sucumbiu ao pênalti perdido por Piquerez.
E por estar muito mal montado, sem jogadores de criatividade no meio-campo.
Preferiu atacar o árbitro, para desviar o foco do decepcionante futebol do Palmeiras.
“As regras estão para se cumprir e hoje foi claramente um jeitinho brasileiro”, disse, se referindo ao pênalti que Murilo cometeu e ele tentou negar.
“O segundo pênalti (de Murilo) só me resta rir. Ramon estava a um metro e mandou seguir. Murilo usou o corpo dele para proteger. Ramon teve a coragem de deixar seguir, mas a pressão externa é tanta que o VAR chama e reforça com as imagens.”
Quem está rindo de verdade é Filipe Luís e os jogadores do Flamengo.
O time poderia estar a sete pontos de distância do líder Palmeiras.
Está a apenas um.
Mostrou mais personalidade, organização tática e frieza para aproveitar a fragilidade psicológica do time de Abel Ferreira.
Chance enorme foi jogada fora pelos palmeirenses, que mereceram a derrota...
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