:root { --editorial-color: #556373; } body { writing-mode: horizontal-tb; font-family: var(--font-family-primary, sans-serif), sans-serif; }
Logo R7.com
Logo do PlayPlus

Entenda o que é epilepsia, doença de piloto de avião que morreu em acidente em BH

Nesta quarta-feira (4), três pessoas foram atropeladas na capital depois que um motorista sofreu um ataque epilético

Minas Gerais|Túlio Lopes, do R7 Minas

Epilepsia é uma doença neurológica crônica grave
Epilepsia é uma doença neurológica crônica grave

Na noite dessa quarta-feira (4), três pessoas foram atropeladas na região de Venda Nova, em Belo Horizonte, quando um motorista sofreu um ataque epilético e perdeu o controle do carro. Nesta quinta-feira (5), o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) concluiu a investigação sobre o acidente aéreo que terminou com a morte do piloto e deixou uma mulher gravemente ferida, na capital mineira, em 2023. Segundo a investigação, o piloto não acionou o trem de pouso e estava usando remédios para epilepsia. Os casos nos levam ao questionamento se uma pessoa com epilepsia pode ou não conduzir um carro, ou até mesmo um avião.

Segundo especialistas, a epilepsia é uma condição neurológica em que, durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, causando crises que podem se manifestar em convulsões ou outros sintomas, como ausências de consciência. O médico neurologista Diego Da Mata explica que, durante esses episódios, há um agrupamento de células cerebrais que am a se comportar de maneira hiperexcitável, levando às manifestações clínicas da epilepsia.

Ainda segundo o neurologista, “as pessoas que têm epilepsia podem dirigir, mas com algumas condições. A principal é que a pessoa esteja com a doença controlada, ou seja, sem crises há um bom tempo — geralmente pelo menos 1 ano sem crises. Isso mostra que ela está estável e segura para dirigir.” O especialista explica, também, que o médico precisa fazer uma avaliação e dar um laudo que comprove esse controle.

Já em relação a pilotar o avião, o especialista comenta que, nesse caso, não há autorização. Segundo Diego, pessoas com diagnóstico de epilepsia “não podem pilotar avião, mesmo que estejam sem crises. Isso porque a aviação exige um nível de segurança altíssimo, e o risco, por menor que seja, é considerado inaceitável.”


Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que a doença acomete aproximadamente 2% da população brasileira e cerca de 50 milhões de pessoas no mundo. O diagnóstico da doença pode ser feito por meio de exames como o eletroencefalograma (EEG) e a neuroimagem, mas o histórico clínico do paciente é muito importante, já que exames normais não excluem a possibilidade de a pessoa ser epiléptica.

Se o paciente não se lembra das crises, a pessoa que as presenciam torna-se uma testemunha útil na investigação. Entre os sintomas da epilepsia, segundo Diego da Mata, estão: alterações de comportamento, olhar fixo e movimentos automáticos.


Tratamento

Segundo o Governo Federal, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento integral e gratuito para os casos de epilepsia - desde o diagnóstico até o acompanhamento e tratamento necessários. O tratamento inicia na atenção primária, por meio de uma das Unidades Básicas de Saúde.

O tratamento das epilepsias é feito com medicamentos que evitam as descargas elétricas cerebrais anormais, que são a origem das crises epilépticas. Casos com crises frequentes e incontroláveis são candidatos à intervenção cirúrgica. Segundo o neurologista, entre as recomendações para o paciente estão: não ingerir bebidas alcoólicas, não ar noites em claro, ter uma dieta balanceada e evitar ter uma vida estressada demais.


Acidente de avião

Sobre o acidente aéreo que terminou com a morte do piloto e deixou uma mulher gravemente ferida, em Belo Horizonte, em 2023, o laudo da Cenipa, divulgado nesta quinta-feira (05), aponta que o pouso foi realizado com o trem de aterrissagem recolhido e que a aeronave ultraou a cabeceira oposta e colidiu contra duas residências localizadas no prolongamento da pista. Além disso, o Cenipa aponta, ainda, que condições médicas e emocionais podem ter contribuído para a avaliação equivocada do piloto, de 65 anos.

Relatos ouvidos pela CENIPA indicaram que o piloto teve casos de epilepsia desde a infância, o que seria incompatível com a atividade aérea, segundo a regulamentação vigente. Além disso, exames realizados próximos ao dia do acidente confirmaram o uso de um medicamento para tratamento de epilepsia, que é de uso restritivo para o voo.

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.