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JR 24H

JR ENTREVISTA: 'Agro pode ser parte da solução para mudanças climáticas', diz presidente da Embrapa

Silva Massruhá destacou o que a empresa tem feito para diminuir os impactos das mudanças climáticas no agro brasileiro

JR Entrevista|Do R7

A convidada do JR ENTREVISTA desta quarta-feira (28) é a presidente da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Silva Massruhá. Ao jornalista Thiago Nolasco, ela falou sobre o papel da empresa na transformação do agronegócio e as pesquisas para se preparar para as mudanças climáticas. Ela destacou ainda os projetos que serão apresentados na COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), em Belém, e que o “agro pode ser inserido como parte da solução para as mudanças climáticas”.

Segundo Silvia, a Embrapa foi criada há 52 anos com o objetivo de melhorar a produção brasileira e a empresa tem cumprido esse papel. Ela explicou que foi por meio das pesquisas desenvolvidas na Embrapa que hoje o Brasil é capaz de adaptar um mesmo grão para ser plantado em todo o país. Isso fez com que o Brasil se tornasse líder de exportação de vários cultivares, como a soja. “Na verdade, como a gente tem seis biomas no Brasil, completamente diferentes. Eu acho que o segredo nosso também foi adaptar, desenvolver, cultivar as adaptadas para cada região do país. E a soja começou no Sul do país, nós fomos trabalhando e trazendo ela para o Centro-Oeste”, destacou. Isso permitiu também para o Brasil diversificar o que é produzido. “Então, eu acho que essa diversificação tornou a agricultura brasileira tão protagonista na agricultura mundial”, afirmou.

Hoje, um dos grandes desafios para o agro brasileiro são as mudanças climáticas. De acordo com Silvia, a Embrapa já vem se preparando para isso há anos, com pesquisas como o desenvolvimento de sementes que se adaptam a mais calor, por exemplo. “A gente já trabalha há mais de 15 anos preocupado com o impacto das mudanças climáticas. A Embrapa, quando ela começou, ela trabalhou muito no melhoramento genético. Hoje a gente já avançou muito na área de biotecnologia, na área de edição gênica”, explicou.

Além disso, ela destacou que desde o fim dos anos 1990, a Embrapa tem mapeado o risco climático para diversos cultivares. “A Embrapa trabalha desde 2000, na verdade 1996, com uma política pública que é o Zoneamento Agrícola de risco climático. Ele é uma política pública que é baseada em dados, 100 anos de dados climáticos. E a partir desses modelos a gente gera uma matriz de risco para 44 culturas, soja, milho, mandioca, feijão, para 44, para 5.000 municípios. Se você plantar, aquelas cultivar naquele período, naquele local, o seu risco é 20%. Se você mudar uma semana, seu risco aumenta para 30%, 40%. E isso subsidia o crédito rural e seguro rural no país.

E é interessante porque esse tipo de política agrícola, a gente começou a acumular dados e informações há muitos anos e a gente começou também a trabalhar com simulação de cenários futuros. Se aumentar um grau, um grau e meio, que já está acontecendo, que a gente previa em 2030, que já está acontecendo agora em 2020, cinco anos antes, qual que é o impacto disso na produção de café?”, exemplificou.

Silvia afirmou também adotar práticas sustentáveis evita que agricultores sofram tanto com as mudanças climáticas. “E a gente observa que aqueles que já estão adotando práticas mais sustentáveis, são os produtores que têm mais resiliência, têm uma agricultura mais resiliente às mudanças climáticas”, disse. Um exemplo que ela destacou é a integração lavoura-pecuária-floresta. Ela explicou que nesse sistema uma mesma área é usada para as três atividades, isso otimiza a produção e ainda consegue estocar 30 quilos de carbono por árvore por ano. Esse é um dos projetos que a Embrapa vai apresentar na COP30, em Belém. “Com certeza o agro pode ser inserido como parte da solução para as mudanças climáticas, e é muito importante num país como o nosso, onde a agricultura agropecuária hoje contribui com 25% do PIB nacional, então realmente a gente precisa cada vez mais adotar práticas mais sustentáveis”, afirmou.

O programa também está disponível na Record News, no R7, nas redes sociais e no PlayPlus.

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