Quem era Mohammad Bagheri, maior chefe militar do Irã morto em ataque de Israel
Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Bagheri foi morto em bombardeio israelense que atingiu instalações nucleares e militares
Internacional|Do R7

Um ataque aéreo de Israel na madrugada desta sexta-feira (13) matou Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã e principal líder militar do país. Hossein Salami, comandante-chefe do IRGC (Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica), também foi morto. As informações foram divulgadas pela mídia estatal iraniana.
O bombardeio israelense, que atingiu instalações nucleares e militares e residências de altos comandantes na capital Teerã e na cidade de Natanz, eleva o conflito entre os dois países, que já perdura há décadas, a um ponto crítico.
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Quem era Mohammad Bagheri
Mohammad Bagheri, nascido Mohammad Hossein Afshordi na década de 1960, ingressou no IRGC em 1980, um ano após a Revolução Islâmica de 1979, que fundou a instituição, considerada o braço mais poderoso do Exército iraniano, segundo a agência de notícias Reuters.
No mesmo ano, começou a Guerra Irã-Iraque (1980-1988), na qual Bagheri lutou contra uma revolta curda pós-revolução e participou ativamente, segundo um relatório do Congresso dos Estados Unidos citado pela emissora Al Jazeera.
Durante o conflito, que resultou em centenas de milhares de mortes, Bagheri perdeu seu irmão mais velho, Hassan, que fundou o braço de inteligência militar do IRGC.
Após a morte de Hassan, Bagheri assumiu a chefia das operações de inteligência do IRGC, em 1983. Ele também atuou em uma operação contra forças curdas no Iraque em 1997 e, após a guerra, ocupou cargos como vice-chefe de inteligência e operações e chefe de assuntos comuns das forças armadas.
Em 2016, Bagheri substituiu o Major-General Seyyed Hassan Firoozabadi como chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, supervisionando o IRGC e coordenando os diferentes braços de segurança do país, de acordo com a Al Jazeera.
O IWPR (Instituto de Reportagem sobre Guerra e Paz) diz que ele era filiado a uma força de elite dentro do IRGC, responsável por missões sensíveis, especialmente relacionadas à unidade da força aérea.
Papel estratégico e sanções internacionais
Bagheri desempenhou um papel central nas operações militares do Irã, incluindo o comando do programa de mísseis balísticos e o apoio a aliados regionais, como a Síria. Ele também ajudou a fornecer drones à Rússia na guerra contra a Ucrânia, segundo a Reuters.
Essas ações levaram a múltiplas sanções internacionais. Em 2019, os Estados Unidos sancionaram Bagheri como parte do “círculo interno” do líder supremo Ali Khamenei, acusando-o de “oprimir o povo iraniano, exportar terrorismo e promover políticas desestabilizadoras”..
A União Europeia também sancionou Bagheri por fornecer drones à Rússia, enquanto EUA, Canadá e Reino Unido o penalizaram por seu papel na repressão aos protestos de 2022 no Irã, após a morte de Mahsa Amini, segundo a Al Jazeera.
O IRGC, sob sua supervisão, é considerado uma organização terrorista por países como EUA, Arábia Saudita e Bahrein devido a seu envolvimento em atividades militares e apoio a grupos armados na região.
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