Parlamento do Irã vota a favor da execução de 14 mil pessoas presas em protestos
Decisão recebeu votos favoráveis de 227 dos 290 deputados; autoridades acreditam que manifestantes precisam de ‘dura lição’
Internacional|Do R7

O Parlamento do Irã votou na última semana a favor da morte dos manifestantes presos nos protestos contra a morte de Mahsa Amini, detida pela polícia do país por supostamente ter usado o véu de maneira inapropriada. Estima-se que mais de 14 mil pessoas tenham sido detidas durante os movimentos populares.
Segundo a versão online da revista americana Newsweek, 227 dos 290 membros do Parlamento iraniano votaram a favor da decisão, no que seria uma tentativa de dar uma “dura lição” aos manifestantes, que protestam desde meados de setembro.
O porta-voz do governo do Irã, Masoud Setayeshi, disse, de acordo com a Reuters, que medidas mais enérgicas são um pedido da sociedade do país para conter os protestos.
“Agora, o público, mesmo os manifestantes que não apoiam distúrbios, exigem do Judiciário e das instituições de segurança que lidem com as poucas pessoas que têm causado distúrbios”, afirmou Setayeshi na última semana.
A possibilidade da execução de milhares de pessoas fez com que ativistas dos direitos humanos usassem as redes sociais para protestar. Representantes de movimentos exigiram que os líderes do G20 ponham o assunto na pauta da cúpula, que começará nesta terça-feira (15) em Bali, na Indonésia.
Sem números oficiais, o analista político iraniano Karim Sadjadpour acredita que mais de 300 manifestantes foram mortos nas últimas oito semanas.
Nesta segunda-feira (14), a Corte Revolucionária em Teerã sentenciou um manifestante à morte, segundo a mídia estatal do país. Sem identidade divulgada, o condenado teria ateado fogo em um prédio do governo.
Em 13 de setembro de 2022, a jovem iraniana Mahsa Amini, que veio a se tornar símbolo da resistência contra a violação dos direitos das mulheres, foi detida pela polícia da moralidade, sob a acusação de infringir o código de vestimenta feminino ao deix...
Em 13 de setembro de 2022, a jovem iraniana Mahsa Amini, que veio a se tornar símbolo da resistência contra a violação dos direitos das mulheres, foi detida pela polícia da moralidade, sob a acusação de infringir o código de vestimenta feminino ao deixar uma mecha de cabelo à mostra. Mahsa entrou em coma e morreu três dias depois do ocorrido no hospital. O Irã afirmou que a jovem morreu devido a uma doença, mas a família da vítima afirma que ela era perfeitamente saudável e teria morrido após ter sido espancada