Empresário por trás da $LIBRA diz que controla Milei e paga sua irmã
Mensagens vazadas apontam influência de investidores nas declarações de Milei; governo nega as acusações
Internacional|Do R7

O criador da criptomoeda $LIBRA, Hayden Davis, afirmou ter “controle total” sobre as ações do presidente da Argentina, Javier Milei, através do pagamento de propinas à Karina Milei, irmã do presidente e secretária-geral da Presidência. A acusação do investidor é mais um capítulo da crise política envolvendo o líder argentino e a promoção de um ativo financeiro que despencou cerca de US$ 100 milhões (R$ 569,7 milhões) após ser promovido pelo presidente.
Em mensagens vazadas e obtidas pelo jornal “La Nación”, Davis afirmou que poderia influenciar declarações e reuniões do presidente argentino. O governo de Javier Milei nega as acusações.
“Ótimo, também podemos fazer com que Milei tuíte, faça reuniões presenciais e faça uma promoção. Eu controlo esse crioulo”, escreveu Hayden, usando uma expressão pejorativa em inglês para se referir ao presidente argentino.
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Contestado nas mensagens por outro investidor, Davis se gabou ainda mais sobre sua influência: “Eu mando $$ para a irmã dele e ele assina o que eu digo e faz o que eu quero”.
Embora não haja nenhuma prova de que Davis tivesse controle sobre Milei, o empresário manteve contato direto com a equipe do governo nos últimos dias. Fontes ouvidas pelo jornal argentino afirmam que colaboradores de Milei mantiveram conversas secretas com Davis nas últimas 48 horas, em discussões que teriam incluído uma promessa da Casa Rosada de que o presidente não o acusaria de ter cometido qualquer ato ilícito durante o lançamento do $LIBRA.
A menção do suborno envolvendo a irmã do presidente também não possui prova concreta até o momento, embora documentos públicos confirmem que Karina Milei foi o elo do governo com os empresários responsáveis pelos criptoativos.
As novas revelações complicam ainda mais a situação política e jurídica de Milei. Tanto o presidente argentino quanto Davies são alvos de uma investigação criminal na Argentina e podem enfrentar problemas com as autoridades americanas.
Ambos foram denunciados ao Departamento de Justiça, à polícia federal americana (FBI) e à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC). Estão implicadas nas denúncias nos EUA outras figuras, como Julian Peh, de Cingapura, e os empresários argentinos Mauricio Novelli e Manuel Terrones Godoy, criadores dos ativos financeiros.