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Cientistas descobrem primeiro animal que não precisa de oxigênio para sobreviver

Parasita que se assemelha a uma água-viva habita nos tecidos de peixes como o salmão

Internacional|Do R7

Parasita que vive sem oxigênio pode afetar pesca do salmão Andreas Lischka/Pixabay

Pesquisadores identificaram pela primeira vez um animal multicelular capaz de viver completamente sem oxigênio. Trata-se do Henneguya salminicola, um parasita semelhante a uma água-viva que vive nos tecidos de peixes como o salmão. Essa descoberta desafia o entendimento tradicional de que a vida multicelular depende da respiração aeróbica.

A equipe liderada por Dayana Yahalomi, da Universidade de Tel Aviv, em Israel, descobriu que o H. salminicola não possui genoma mitocondrial. Sem esse material genético essencial para o metabolismo baseado em oxigênio, o animal perdeu a capacidade de respirar e metabolizar oxigênio da maneira convencional.

Em vez disso, o parasita apresenta organelas relacionadas às mitocôndrias, mas adaptadas para ambientes sem oxigênio. Essas estruturas são diferentes, com dobras na membrana interna não observadas em outras espécies similares. Isso sugere que o H. salminicola evoluiu para sobreviver em condições com pouco ou nenhum oxigênio.


A análise comparativa foi feita com outro parasita de peixes da mesma família, o Myxobolus squamalis, que manteve seu genoma mitocondrial intacto. Isso evidenciou que a ausência de mitocôndrias funcionais no H. salminicola não é uma característica comum a todos os cnidários parasitas, mas uma adaptação única.


Segundo os cientistas, esse processo representa um exemplo claro de simplificação genética extrema. O parasita teria evoluído a partir de ancestrais semelhantes a águas-vivas livres, perdendo gradualmente partes significativas de seu genoma original, mantendo apenas o essencial para a vida parasitária.


Embora o parasita não ofereça riscos aos humanos, sua presença causa deformações nos peixes hospedeiros, o que traz implicações econômicas para a indústria pesqueira. Compreender seu metabolismo exclusivo pode ajudar na criação de novas estratégias de controle.

Além disso, a descoberta amplia as possibilidades sobre como a vida pode existir em ambientes extremos, inclusive fora da Terra. O estudo sugere que organismos multicelulares anaeróbicos não apenas são possíveis, como também podem ser mais comuns do que se imaginava.

Os resultados foram publicados na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) e representam um marco na biologia evolutiva, apontando que a ausência de oxigênio não é um impedimento absoluto para a vida multicelular.

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