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China e Rússia defendem programa nuclear do Irã enquanto Trump impõe sanções

Reunião entre os três países em Pequim ocorre após presidente dos EUA propor acordo ou resposta militar contra governo iraniano

Internacional|Do R7

Vice-ministros das Relações Exteriores do Irã, Kazem Gharibabadi, da China, Ma Zhaoxu, e da Rússia, Sergei Ryabkov, se reúnem em Pequim Divulgação/CCTV (Televisão Central da China)

Representantes da China, Rússia e Irã se reuniram nesta sexta-feira (14) em Pequim e pediram o fim das sanções unilaterais dos Estados Unidos contra os iranianos por causa do problema nuclear do país e uma abordagem diplomática baseada no “respeito mútuo” para lidar com o assunto.

O encontro ocorre dias após o presidente dos EUA, Donald Trump, propor negociações diretas com o Irã para erradicar o desenvolvimento nuclear do país, ameaçando alternativas militares caso o diálogo fracasse.

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O vice-ministro das Relações Exteriores da China, Ma Zhaoxu, disse após a reunião que “as partes envolvidas devem se comprometer a abordar a raiz do problema atual e abandonar sanções, pressões ou ameaças de força”, segundo a agência de notícias AP.

Zhaoxu se encontrou com o vice-ministro russo Sergei Ryabkov e o vice-ministro iraniano Kazem Gharibabadi. Em comunicado conjunto, os três países reafirmaram que o programa nuclear do Irã tem fins exclusivamente pacíficos e defenderam o direito de Teerã ao uso da energia nuclear, exigindo que esse direito seja “totalmente respeitado”.


A reunião acontece em um momento de tensão crescente. Na semana ada, Trump disse ter enviado uma carta ao líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, sugerindo negociações para encerrar o programa nuclear iraniano.

“Há duas maneiras de lidar com o Irã: militarmente ou por meio de um acordo”, disse o republicano. Em resposta, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, rejeitou diálogos sob ameaças e afirmou que o Irã não se curvará às “ordens” de Washington.


Críticas às sanções

O embate remonta ao acordo nuclear de 2015, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JOA), assinado por Irã, EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha. O pacto limitava o programa nuclear iraniano em troca de alívio nas sanções internacionais.

Em 2018, no entanto, Trump retirou os EUA do acordo e reinstaurou uma política de “pressão máxima”, com sanções que afetam a economia iraniana até hoje. Desde então, Teerã se afastou de alguns compromissos do JOA.


Ao mesmo tempo, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), da ONU (Organização das Nações Unidas) diz que o Irã tem ampliado significativamente a produção de urânio enriquecido a níveis próximos do necessário para o uso em armas nucleares.

A China e a Rússia, que intensificaram laços com o Irã nos últimos anos, criticaram a postura norte-americana. O ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, classificou como “intervenção precipitada” uma reunião recente do Conselho de Segurança da ONU, promovida por EUA, França, Grécia, Panamá, Coreia do Sul e Reino Unido, para discutir o tema. Teerã, por sua vez, chamou o encontro de “uso indevido” do órgão.

Diplomacia como solução

De acordo com a mídia estatal chinesa, os três países pediram que as partes “evitem ações que agravem a situação e criem condições favoráveis para esforços diplomáticos”. A iniciativa reflete o objetivo de Pequim de se posicionar como mediador global, em contraste com a política “América em Primeiro Lugar” de Trump.

Observadores citados pela AP sugerem que a China busca destacar abordagens não ocidentais para desafios internacionais, enquanto enfrenta pressão para evitar o retorno das sanções da ONU ao Irã, previstas no JOA, cujo prazo expira em outubro deste ano.

Apesar da resistência iraniana às negociações com os EUA, autoridades em Teerã reconhecem que um novo acordo poderia aliviar as sanções e o descontentamento interno. O embaixador chinês na ONU, Fu Cong, afirmou na quarta-feira (12) que ainda há tempo para um entendimento antes do fim do JOA. “Esperamos chegar a um novo acordo para mantê-lo vivo”, disse ele.

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