STF ouve políticos e autoridades sobre tentativa de golpe de Estado; veja destaques
Tarcísio, Ciro Nogueira, João Hermeto, Ana Paula Marra e Esperidião Amin prestaram esclarecimentos nesta sexta
Brasília|Gabriela Coelho e Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

Nesta sexta-feira (30), o Supremo Tribunal Federal ouviu novos depoimentos no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Durante a manhã, aram pela oitiva o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas; o senador e ex-ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira; o deputado distrital e ex-relator da I dos atos antidemocráticos no DF, João Hermeto; a secretária de Desenvolvimento Social do DF, Ana Paula Marra; e o senador Esperidião Amin (PP-SC).
Confira o que cada um disse:
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Tarcísio diz que Bolsonaro ‘não teve relação’ com os ataques
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi direto ao isentar Jair Bolsonaro de qualquer relação com os ataques às sedes dos Três Poderes.
“O senhor tem conhecimento de algum fato que relacione o presidente Bolsonaro aos eventos de 8 de janeiro?” “Não, nenhum.”
Tarcísio ainda frisou que o ex-presidente “não estava nem no Brasil” na data dos ataques.
Ciro fala em ‘falta de interesse’ de Bolsonaro na transição
O senador Ciro Nogueira (PP-PI), que chefiou a transição pelo lado do governo Bolsonaro, afirmou que o ex-presidente demonstrou “falta de interesse” na situação do país após a derrota nas urnas.
“Até nos decepcionou, a ‘falta de interesse’ da situação do país, mas foi tudo dentro da normalidade. Em nenhum momento o presidente quis obstacular qualquer tipo de situação.”
Ciro também negou ter presenciado qualquer fala golpista e disse que Bolsonaro chegou a se recolher por conta de problemas de saúde.
João Hermeto: Torres foi induzido a acreditar que risco era baixo
Relator da I dos atos antidemocráticos na Câmara Legislativa do DF, o deputado distrital João Hermeto (MDB) afirmou que Anderson Torres foi informado de que o risco era baixo e que os acampamentos estavam desmobilizados.
“O general Dutra disse que os acampamentos estavam desmobilizados. Então, não enxergo responsabilidade nele [Torres], porque quem respondia era o secretário-executivo.”
Hermeto ainda disse que os alertas de segurança foram minimizados pelas autoridades do DF no dia 6 de janeiro.
Ana Paula Marra: objetivo da reunião era desmobilizar o QG
A secretária de Desenvolvimento Social do DF, Ana Paula Marra, alegou que foi convocada para uma reunião em 6 de janeiro com Anderson Torres, o general Dutra e outros membros da segurança pública, com o tema: Desmobilização do acampamento em frente ao QG do Exército.
“Fica claro: o intuito da reunião foi de desmobilização do acampamento. Me foi solicitado apoio para ajudar na retirada das pessoas em vulnerabilidade que estavam lá.”
Ela também foi questionada sobre programas que ajudassem os manifestantes a voltarem para suas cidades de origem, e afirmou que havia um protocolo disponível para isso.
Esperidião Amin defende voto auditável
Durante seu depoimento, o senador Esperidião Amin (PP-SC) retomou o debate sobre o sistema eleitoral. Ele citou um relatório da Polícia Federal de 2018 que, segundo ele, falava da necessidade de mecanismos de auditoria no voto eletrônico.
“Faz-se necessário algo como a impressão do voto para fins de auditoria. Não precisa ser papel. Pode ser uma cópia eletrônica, como existe na Índia e no Paraguai.”
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