Queiroga relata tristeza profunda de Bolsonaro após derrota nas eleições: ‘Nem parecia ele’
Ex-ministro da Saúde foi uma das testemunhas ouvidas pelo STF nesta segunda
Brasília|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília

Durante depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta segunda-feira (26), o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga comentou o estado emocional do ex-presidente Bolsonaro após perder a eleição como um “quadro muito profundo de tristeza”. “Cheguei até a me preocupar com o presidente”, afirmou.
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“Nem parecia a figura que ele é. Ficava muito cabisbaixo, praticamente não conversava, respondia monossilabicamente”, contou. O ex-ministro completou dizendo que Bolsonaro “é um homem muito forte e superou aquela fase”.
Após o ex-presidente perder a eleição de 2022, várias pessoas próximas a ele relataram que Bolsonaro ficou extremamente abalado e deprimido com a derrota. Na época, Queiroga atuava como ministro da Saúde, sendo o quarto escolhido para o cargo no mandato.
Queiroga foi testemunha de defesa do general Augusto Heleno e do ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto. Durante a oitiva, o médico negou qualquer conhecimento sobre uma trama golpista e afirmou que nunca participou de uma reunião que tratasse sobre o assunto.
Na terça (27) e quarta (28), começam a ser ouvidas as testemunhas do ex-ministro Anderson Torres. Entre os nomeados estão o ex-diretor adjunto da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Saulo Moura da Cunha; o ex-diretor adjunto da Abin Alessandro Moretti; e a coronel da PMDF (Polícia Militar do DF) Cíntia Queiroz, que atuou durante o 8 de Janeiro.
Na quinta (29), ainda como testemunhas de Torres, serão interrogados os ex-ministros Paulo Guedes (Economia) e Adolfo Sachsida (Minas e Energia), o ex-advogado-geral da União Bruno Bianco e o ex-corregedor-geral da União Wagner Rosário.
Na sexta (30), serão interrogadas testemunhas de Torres e Bolsonaro. Na lista, estão o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); os senadores Esperidião Amin (PP-SC) e Eduardo Girão (Novo-CE); e os ex-ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Gilson Machado (Turismo) e Eduardo Pazuello (Saúde).
Outro depoimento
Christian Perillier Schneider, ex-coordenador geral de relações institucionais e comunicação social da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), disse em depoimento ser “legalmente e tecnicamente impossível” a agência ter trabalhado, em três meses, para a infiltração de agentes na campanha eleitoral de 2022.
A fala foi feita em negativa a acusação de que o general Augusto Heleno teria determinado a infiltração de agentes na última eleição, considerando que o suposto pedido tenha sido feito entre junho em julho do mesmo ano. Pela norma, a agência não está autorizada a realizar esse tipo de abordagem.
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