Motta diz que nova política tarifária dos EUA exige que Brasil seja mais ‘eficiente’
Presidente da Câmara declarou que, desde que assumiu o cargo, tem adotado um tom de equilíbrio, diálogo e serenidade
Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

Durante sua participação no 14º Lide Investment Forum, em Nova York, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a nova política tarifária dos Estados Unidos exige uma postura mais “eficiente” do Brasil.
“Temos que observar esse cenário com a certeza de que, se antes já precisávamos tomar decisões complexas, agora essa necessidade é ainda mais presente. Primeiro, para o Brasil poder se proteger; e segundo, para podermos aproveitar as oportunidades geradas em momentos como este. E, para isso, precisamos de um ambiente político e econômico de pacificação”, afirmou o parlamentar nesta terça-feira (13).
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Motta declarou que, desde que assumiu a Presidência da Câmara, tem adotado um tom de equilíbrio, diálogo e serenidade. “Não podemos viver em uma polarização política radicalizada, que muitas vezes nos leva a desperdiçar energia com assuntos que — ao final do dia — não produzem absolutamente nada”, disse.
Segundo ele, todos os Poderes devem atuar em busca de um ambiente mais harmônico. “Penso que cada Poder precisa fazer sua autocrítica para colaborar com essa harmonia, já que não é somente um Poder que vai conseguir harmonizar o país. É por meio do diálogo entre Executivo, Legislativo e Judiciário que, ao final, poderemos, de certa forma, colocar o Brasil em primeiro lugar e entender que isso é o que realmente vai contribuir para melhorar a qualidade de vida da nossa população”, completou.
Isenções fiscais
O presidente da Câmara também criticou a elevada carga de isenções fiscais concedidas a diversos setores da economia. “Está pesado carregar isso, e esse peso acaba sendo dividido por todos nós”, declarou. Segundo ele, o governo deixa de arrecadar mais de R$ 650 bilhões por ano com esses benefícios fiscais.
Para Motta, a responsabilidade fiscal deve ser uma prioridade, e o país “não pode ignorar a responsabilidade que tem com os gastos públicos”. Ele lembrou que “o Congresso Nacional apoiou, nos últimos dois anos, todas as medidas para aumentar a arrecadação”, mas que agora há uma “agenda de esgotamento” nesse sentido.
Além disso, destacou que o crescimento econômico dos últimos anos tem sido impulsionado, na maioria, pelo consumo — algo que, em sua avaliação, não deveria ser o principal motor da economia.
O evento
Motta é uma das autoridades presentes no evento, que também contou com a participação do procurador-geral da República, Paulo Gonet; do ex-governador de São Paulo João Doria; do ex-presidente da República Michel Temer; do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso; do presidente do Republicanos, Marcos Pereira; além de sete governadores, senadores e deputados federais.
O fórum pretende discutir o potencial de investimentos no Brasil.
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