Coronel da PM diz que 8/1 poderia ser evitado se alertas da corporação fossem atendidos
Segundo ela, no dia 6 do mesmo mês, a PMDF obteve folders sobre prováveis manifestações que poderiam ocorrer nos dias 7, 8 e 9
Brasília|Gabriela Coelho e Giovana Cardoso, em Brasília

A coronel da PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal) e ex-integrante da Secretaria de Segurança Pública Cintia Queiroz de Castro disse que os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 poderiam ter sido evitados caso outros órgãos de segurança tivessem seguido as orientações feitas pela corporação nas vésperas do episódio.
Cintia Queiroz prestou depoimento nesta terça-feira (27) ao STF (Supremo Tribunal Federal) como testemunha de defesa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres na ação que julga o chamado núcleo 1 de réus por tentativa de golpe de Estado.
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Segundo ela, no dia 6 do mesmo mês, a PMDF obteve folders sobre prováveis manifestações que poderiam em Brasília ocorrer nos dias 7, 8 e 9. Entretanto, não havia informações se os atos seriam pacíficos ou desordeiros.
“Na quinta-feira à noite, quando tomamos conhecimento das caravanas para Brasília, fizemos contato com pontos focais, contato por telefone e marcamos uma reunião”, disse Castro. Segundo a coronel, nessa reunião foi elaborado um protocolo de segurança, que “se tivesse sido seguido pelos outros órgãos, o 8 de Janeiro não teria acontecido”, afirmou.
Ainda de acordo com a coronel, nenhum dos folders obtidos pela PMDF mostravam assuntos relacionados a uma tomada de poder, apenas caravanas. Ela disse não saber quando Anderson Torres tomou conhecimento das manifestações.
Processo
A coleta do depoimento das testemunhas marca a fase de instrução criminal da ação penal no STF. Nesse momento, também serão produzidas provas periciais e eventuais diligências complementares para detalhar algum fato.
Depois disso, o relator marca a data para o interrogatório dos réus. Se algum acusado tiver firmado acordo de colaboração premiada, o prazo para os demais réus começa a contar após a defesa do colaborador.
Finalizada essa fase processual, o relator da ação penal preparará o relatório (resumo do caso) e o voto. Não há prazo para o ministro concluir a análise. Quando a ação penal estiver pronta para julgamento, o relator liberará o processo para inclusão na pauta do colegiado.
A expectativa dentro do STF é que o caso do “núcleo crucial” seja julgado entre setembro e outubro deste ano. O processo tramita na Primeira Turma da corte, composta pelos ministros:
- Cristiano Zanin (presidente da Turma);
- Alexandre de Moraes (relator do caso);
- Cármen Lúcia;
- Flávio Dino;
- Luiz Fux.
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