Câmara retoma negociações sobre comando das comissões nesta terça-feira
Na última quinta-feira (13), os líderes se reuniram para alinhar os detalhes finais, mas não chegaram a um consenso
Brasília|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

Após semanas de negociações, a Câmara dos Deputados volta a discutir, nesta terça-feira (18), a distribuição do comando das comissões temáticas da Casa. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), convocou uma reunião com os líderes partidários para as 14h, na tentativa de concluir os acordos sobre as presidências dos colegiados.
Na última quinta-feira (13), os líderes se reuniram para alinhar os detalhes finais, mas não chegaram a um consenso. Ao todo, a Câmara possui 30 comissões permanentes, responsáveis por analisar projetos de lei antes que sigam para votação no plenário.
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Entre os principais pontos de discordância estão a relatoria do Orçamento de 2026, além da presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Caso um acordo seja fechado nesta terça-feira, a expectativa é que os colegiados sejam instalados ao longo da quarta-feira (19).
Definição das presidências e embates políticos
A indicação dos presidentes das comissões segue a regra da proporcionalidade partidária, o que significa que os maiores partidos têm prioridade na escolha. No entanto, a distribuição é definida por meio de acordos entre as lideranças. Depois de indicados, os presidentes são confirmados por meio de eleições simbólicas dentro de cada comissão.
O maior ime até o momento envolve a Comissão de Relações Exteriores, cobiçada pelo PL, partido com a maior bancada da Câmara, com 92 deputados. A legenda pretende indicar o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para a presidência, decisão que enfrenta resistência do PT. O partido do governo tenta barrar a nomeação do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, argumentando que Eduardo tem mantido contato com autoridades estrangeiras, principalmente nos Estados Unidos, com o objetivo de aumentar a tensão contra o Poder Judiciário brasileiro.
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Outra disputa ocorre em torno da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), considerada a mais importante da Câmara por ser responsável por analisar a constitucionalidade de projetos de lei. MDB e União Brasil disputam o comando da comissão, além da relatoria do Orçamento de 2026, que também deve ser decidida nos próximos dias.