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R7 Brasília

Após discussão com senadores, ministros saem em defesa de Marina Silva

Debate na Comissão de Infraestrutura terminou com bate-boca; senador afirmou não respeitá-la e se recusou a pedir desculpas

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Marina retirou-se da comissão após as discussões Lula Marques/Agência Brasil - 27.5.2025

Ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva usaram as redes sociais nesta terça-feira (27) para se solidarizar com a colega Marina Silva, titular da pasta de Meio Ambiente e Mudança do Clima. Durante audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado, houve discussão com parlamentares, e a ministra decidiu deixar o colegiado por se sentir desrespeitada.

O senador Plínio Valério (PSDB-AM) chegou a afirmar que não respeita Marina “como ministra” e se recusou a pedir desculpas pela colocação. Também houve falas consideradas ofensivas por parte de Omar Aziz (PSD-AM) e Marcos Rogério (PL-RO).

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Ela foi ao Senado discutir a criação de uma unidade de conservação marinha na Região Norte. Marina também abordou mudanças nas regras de licenciamento ambiental e a exploração de petróleo, por parte da Petrobras, na Foz do Amazonas. Marina também criticou a postura dos senadores (leia abaixo).

“Completo absurdo”

“Um completo absurdo o que aconteceu nesta manhã com a ministra Marina Silva na Comissão de Infraestrutura do Senado. Ela foi desrespeitada e agredida como mulher e como ministra”, escreveu a ministra das Mulheres, Márcia Lopes.


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a atuação de Marina. “Tem uma vida dedicada à defesa do meio ambiente e à justiça social. É uma liderança reconhecida mundialmente por sua trajetória de luta pelo bem-estar do planeta e do povo brasileiro. Todo meu respeito e solidariedade a Marina Silva”, compartilhou.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, classificou as atitudes dos senadores como “inissíveis”. “Totalmente ofensivos e desrespeitosos com a ministra, a mulher e a cidadã. Manifestamos repúdio aos agressores e total solidadriedade do governo do presidente Lula à ministra Marina Silva”, destacou.


Episódio “desrespeitoso” e “lamentável”

O ministro da Secretaria-Geral, Márcio Macêdo, chamou o episódio de “desrespeitoso” e “lamentável”. “O debate democrático exige respeito independentemente de divergências políticas ou ideológicas”, defendeu.

Titular da Igualdade Racial, Anielle Franco afirmou que Marina foi “desrespeitada, interrompida, silenciada e atacada”.


“Como mulher negra, como ministra, como companheira de Esplanada, sinto profundamente cada gesto de desrespeito como se fosse comigo. Porque é com todas nós. A violência política de gênero e raça tenta nos calar todos os dias, mas seguimos em pé, de mãos dadas, reafirmando que não seremos interrompidas”, escreveu a ministra.

O advogado-geral da União, Jorge Messias, também se solidarizou com Marina Silva. “O debate democrático exige respeito, independentemente de divergências políticas ou ideológicas. Não podemos tolerar atitudes que busquem constranger, intimidar ou deslegitimar mulheres em espaços de poder”, compartilhou.

Ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo afirmou que Marina é “simplesmente uma das mais importantes defensoras do meio ambiente, é reconhecida mundialmente”. “Que sua voz ecoe sempre e em todos os cantos”, frisou

A titular dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, destacou que Marina foi ao Senado com “a seriedade, responsabilidade e conhecimento sobre a questão ambiental que poucas pessoas acumulam no Brasil.” “Características que a qualificam para ser ministra de Estado de nosso país. A reação contra sua figura fere as mulheres e ao governo”, criticou.

Reação de Marina

Com avaliação de que o embate desta terça na Comissão de Infraestrutura foi um episódio de violência política por ser mulher, Marina relatou ter se sentido agredida com as colocações dos senadores.

“Me senti agredida por estar fazendo o meu trabalho. Eu fui chamada para mostrar tecnicamente que as unidades de conservação que estão sendo propostas lá para o estado do Amapá não afetam o empreendimento que está sendo licenciado”, afirmou a ministra a jornalistas, ao deixar o Congresso Nacional.

O episódio, segundo Marina, pode ser visto como uma violência política de gênero.

“Existem aqueles que acham que podem colocar palavras na sua boca, dizer o que você fez ou o que você é. [...] Agora, o que não pode, é alguém achar que porque você é mulher, porque você é preta, porque você vem de uma trajetória de vida humilde, que você vai dizer quem eu sou e ainda dizer que eu devo ficar no meu lugar. O meu lugar é onde todas as mulheres devem estar”, disse.

Marina acrescentou que as declarações de Plínio Valério agravam falas anteriores do senador, que já disse ter vontade de “enforcar” Marina.

Reunião com Hugo Motta

Pouco antes das declarações, Marina se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e pediu para que os parlamentares da Casa avaliem com mais profundidade a proposta que flexibiliza regras de licenciamento ambiental aprovada no Senado.

Segundo a ministra, Motta afirmou que ouvirá outras lideranças antes de decidir sobre o texto. Após a reunião, o presidente destacou não ter uma data para analisar a proposta e que, assim como o Senado teve tempo para discutir a matéria, a Câmara também terá etapas para discutir o texto.

Conforme apurou o R7, a pasta de Marina planeja uma série de reuniões para estudar a proposta que flexibiliza licenças ambientais.

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